
Djokovic abre o jogo sobre a falta de carinho dos fãs e relação com Federer e Nadal
12 de junho de 2025 às 21:02
Novak Djokovic, um dos maiores nomes da história do tênis, falou abertamente sobre a relação complicada que teve com os fãs em comparação com Roger Federer e Rafael Nadal. Em entrevista exclusiva para o podcast “Failures of Champions”, o sérvio revelou que nunca sentiu o mesmo amor do público que os seus grandes rivais, embora respeite profundamente ambos.
Com 38 anos, Djokovic se aproxima do fim de uma carreira brilhante. Com 24 títulos de Grand Slam conquistados, ele segue como o último representante ativo do famoso “Big Three”, grupo que revolucionou o tênis mundial ao lado de Federer (20 títulos) e Nadal (22 títulos). Recentemente, após sua eliminação nas semifinais do Aberto da França, ele deu a entender que pode ter feito sua última participação no saibro parisiense.
Apesar de ter dominado as quadras, Djokovic sempre sentiu-se um pouco fora do lugar em termos de popularidade. Diferente de Federer e Nadal, que conquistaram legiões de fãs pelo mundo ocidental, Novak enfrentou algumas polêmicas. Um dos episódios mais marcantes foi a desclassificação no US Open de 2020, quando, frustrado, atingiu acidentalmente uma árbitra de linha e foi eliminado. Além disso, em 2022, causou controvérsia ao conceder entrevista quando estava com Covid-19, entre outros imprevistos.
“Eu sou um homem com muitos erros, fica claro. Sempre tentei agir com coração e boas intenções e, acima de tudo, ser eu mesmo”, contou Djokovic. No início da carreira, o tenista revelou que chegou a simular comportamentos para tentar ganhar a simpatia do público, mas sentia-se como um “quinto para a roda” ao lado de Federer e Nadal, que dominavam o cenário e o coração dos fãs.
“Eu atuava, mas me sentia como uma criança rejeitada. Me perguntava por que era assim. Doía. Pensei que os fãs me aceitariam se eu mudasse, mas nem isso funcionou”, explicou.
Sobre a relação pessoal com os rivais, Djokovic admitiu que nunca recebeu o mesmo amor que Federer e Nadal. “Eu nunca fui tão amado quanto eles porque eu não deveria estar lá. Eu era o menor, o terceiro, que apareceu dizendo: ‘vou ser o número um’. Isso não agradou a muitos.”
Ele também ressaltou que, embora sua convivência durante o auge fosse fria, isso era apenas parte da rivalidade esportiva. “Só porque alguém é meu maior rival, não significa que desejo algo ruim para ele ou que o odeio. Lutamos para vencer, e o melhor ganhava.”
Atualmente, Djokovic mantém uma amizade mais próxima com Nadal, ainda que continue respeitando e admirando Federer. “Nunca falei mal deles, nunca tive uma palavra ruim sobre eles e não terei. Sempre os admirei, e com Nadal a relação sempre foi um pouco mais próxima.”
O legado de Novak Djokovic vai muito além das quadras. Sua sinceridade em abrir seu lado humano, os altos e baixos da carreira e a busca constante por equilíbrio mostram um atleta que marcou época e influenciou gerações no tênis mundial.
Fonte: 20 Minutos