Emma Raducanu, a principal tenista britânica da atualidade, está em um momento de reestruturação na sua carreira, agora sob a orientação do experiente técnico espanhol Francisco Roig, ex-treinador de Rafael Nadal. A parceria com Mark Petchey chegou ao fim devido aos compromissos dele como comentarista esportivo, e Raducanu percebeu a necessidade de ajustes para voltar a brigar nas posições de destaque.

Nesta temporada, Emma teve um verão sólido na gira norte-americana de quadras duras, com atuações consistentes e boas campanhas, apesar do resultado frustrante no US Open, onde foi superada de forma contundente pela cazaque Elena Rybakina. Atualmente ocupando a 34ª colocação no ranking mundial, a jovem tenista aproveitou para focar no básico durante um período de treinos intensos em Barcelona, antes de seguir para Seul, onde recebeu um convite para disputar o torneio WTA 500 na próxima semana.

Mark Petchey, que já treinou Raducanu brevemente em 2020 e voltou a trabalhar com ela neste ano, destacou em entrevista à plataforma de apostas BetVictor quais são os três objetivos primordiais para a britânica nos próximos meses. O primeiro e mais importante é entrar no top 32 do ranking mundial. Esse posicionamento garantiria a Emma uma chave protegida nos Grand Slams, evitando encontros com os principais cabeças de chave até pelo menos a terceira rodada – um fator decisivo para avançar nas competições mais importantes do calendário, como o Australian Open, que fecha a sequência asiática da temporada.

“Se eu fosse a Emma, teria três metas claras. A número um seria entrar entre as 32 melhores do mundo. Não vejo necessidade de algo a mais do que isso, pois a chave dos Grand Slams passa por estar nesta faixa para ser cabeça de chave no Australian Open. Seja na posição 25 ou confortavelmente dentro, o importante é não precisar se preocupar porque já está garantida a proteção na chave”, explicou Petchey.

Ele ressaltou também que estar bem posicionado, por volta do 25º lugar, é ainda melhor do que ficar entre 28º e 32º, já que isso reduz drasticamente as chances de enfrentar os quatro principais favoritos já nas fases iniciais que exigem muita pressão. “Idealmente, ficar entre 27 e menos é o objetivo principal durante todo o período da gira asiática.”

Além disso, o ex-técnico ressaltou a necessidade de Raducanu aumentar o impacto do seu jogo, buscando ser mais agressiva e consistente contra adversárias de nível superior. Isso ficou evidente na derrota fácil sofrida diante de Rybakina em Flushing Meadows (6-1, 6-2), que ele acredita ter mostrado que Emma pode evoluir muito mais em seu estilo de jogo para se destacar em disputas de alto nível.

“O segundo objetivo é sentir que seu jogo seja mais incisivo e impactante com maior frequência. Ela tem cuidado de confrontar jogadoras que sabe que pode vencer, incluindo algumas até melhor ranqueadas, mas o crescimento deve vir para causar mais impacto nas partidas”, afirmou Petchey.

Por último, mas não menos importante, vem o trabalho constante no saque, elemento fundamental para manter o ritmo nas partidas da WTA atual. A britânica, que tem 1,75m de altura, enfrenta limitações naturais relacionadas à física e geometria do movimento, mas pode extrair o máximo possível de sua potência e precisão com treinamento focado.

“Todo mundo quer falar que o saque dela pode melhorar, e pode sim, mas existe um limite natural por conta da altura dela. O que pode e deve fazer é continuar trabalhando para aperfeiçoar e tornar seu saque o melhor possível dentro dessas limitações físicas.”.

Emma já demonstra estar seguindo essas diretrizes de seu ex-técnico. Publicamente, ela comentou a intenção de alcançar uma posição de cabeça de chave para o Australian Open em janeiro de 2024. Recentemente, Raducanu tem apresentado saques mais fortes e confiantes, além de um jogo mais focado, durante os torneios que disputou.

Fica a expectativa para ver se, com o apoio de Francisco Roig e uma rotina de treinamentos alinhada a esses objetivos, Emma Raducanu conseguirá se reerguer e voltar a ser uma das protagonistas do circuito feminino. O tênis britânico certamente acompanha de perto essa jornada.

Fonte: The Express