Iga Swiatek vinha enfrentando um primeiro semestre turbulento em 2024. A tenista polonesa, que dominou o circuito nos últimos anos com seu estilo agressivo e consistente, parecia duvidar de cada lance dentro de quadra, o que resultou em eliminações precoces em torneios onde antes era favorita.
Sua habitual serenidade foi posta à prova. Em alguns momentos, Swiatek chegou a demonstrar suas emoções de maneira mais intensa em quadra, como no caso de Indian Wells, quando, frustrada, rebateu uma bola em direção às arquibancadas, quase atingindo um jovem coletor de bolas.
Porém, a virada aconteceu justamente onde menos se esperava: na grama de Wimbledon, superfície que ela própria confessava não ter tanta confiança. Em julho, Iga surpreendeu ao conquistar o título do Grand Slam britânico, mostrando que o melhor poderia vir justamente quando ela menos imaginava.
Pouco depois, a confiança retornou com força total. No último domingo, Swiatek alcançou o topo do pódio no Masters 1000 de Cincinnati, título inédito em sua carreira, conquistado sem perder um set sequer ao longo do torneio. Essa vitória marcou o 24º título de simples da polonesa e seu 11º na categoria WTA 1000, consolidando-a entre as principais favoritas para o próximo US Open.
“Acho que é verdade que as melhores coisas acontecem quando a gente menos espera”, declarou Swiatek após o triunfo em Cincinnati, compartilhando sua satisfação pelo trabalho intenso feito em equipe, que envolveu perseverança, resiliência e paciência para voltar à forma ideal.
A recuperação na classificação também foi significativa: de cabeça de chave número 8 em Wimbledon, Swiatek agora ocupa a posição número 2 do ranking mundial.
Mais importante do que isso, porém, é o reencontro da alegria em quadra. “Tenho que dizer que as últimas semanas foram a melhor parte da minha temporada”, comentou a campeã durante o Champions Ball de Wimbledon. “Eu realmente aproveitei estar em quadra, mesmo na grama, que eu não esperava gostar tanto. Só quero continuar sentindo isso.”
Vale lembrar que a trajetória recente de Swiatek não foi só de vitórias e alegrias. Após o US Open de 2023, onde chegou às quartas de final, a tenista enfrentou uma polêmica ao testar positivo para trimetazidina, substância proibida. Ela explicou que o medicamento entrou em seu organismo por meio de um remédio contaminado, prescrito para enfrentar problemas com sono e jet lag.
O episódio gerou debates sobre a punição aplicada — uma suspensão de apenas um mês, cumprida no período de descanso entre temporadas —, e alimentou acusações de tratamento diferenciado para a estrela do tênis feminino.
Swiatek revelou em março que passou por momentos muito difíceis naquela fase, chegando a chorar todos os dias e sentir vontade de não entrar em quadra.
Mas tudo isso parece já ficar para trás. Em Wimbledon, Iga perdeu apenas um set em toda a campanha e finalizou sua jornada com uma impressionante vitória por 6-0, 6-0 sobre a jovem Amanda Anisimova.
Em Cincinnati, ela superou sua melhor campanha anterior — semifinal em 2023 e 2024 — e conquistou o título dominante, mantendo sua força tanto no forehand quanto voltando a encontrar o ritmo no backhand. Sob a orientação do técnico Wim Fissette, que também treinou nomes como Kim Clijsters e Naomi Osaka para seus títulos de Grand Slam, Swiatek está ainda mais agressiva no saque e confiante em seu jogo.
Enquanto as maiores estrelas da modalidade se preparam para a disputa do US Open no Billie Jean King Tennis Center, em Flushing Meadows, a polonesa aparece não só como defensora do título, mas como um dos grandes nomes a serem batidos.
Fonte: Hindustan Times